A indústria automóvel é um dos setores mais dinâmicos e competitivos do mundo. Estima-se que, todo os anos, sejam produzidos mais de 90 milhões de automóveis, com diferentes tamanhos, formatos e que visam satisfazer diferentes necessidades.
Por ser uma indústria tão complexa e com tanta oferta, surgiu a necessidade de agrupar diferentes tipos de carros naquilo que hoje conhecemos como segmentos automóveis.
Os diferentes segmentos automóveis são, no fundo, uma catalogação simples que permite regulamentar, descrever e categorizar veículos com semelhanças entre si.
As principais vantagens da segmentação automóvel
Desengane-se quem pensa que as segmentações automóveis são só mais uma dor de cabeça burocrática. Elas trazem vantagens muito concretas para os diferentes intervenientes do setor automóvel.
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Para as marcas fabricantes
Ao agruparem os automóveis em diferentes segmentos, as marcas construtoras conseguem tomar decisões estratégicas e definir se apostam mais num segmento ou noutro.
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Para os comerciais e retalhistas do setor automóvel
Falar em veículo ligeiro de passageiros ou de mercadorias não é suficiente. Os segmentos automóveis também ajudam os retalhistas do setor a melhor catalogar o seu inventário, e dá-lhes ferramentas para comunicar o seu produto aos consumidores de forma mais eficaz.
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Para os consumidores
Do lado do consumidor, falar em segmentos automóveis também traz muitas vantagens. Para quem quer comprar carro, é mais fácil identificar qual é o segmento automóvel que melhor satisfaz as suas necessidades e comparar diferentes modelos dentro do mesmo segmento. Afinal, não se pode comparar alhos com bugalhos.
Descubra quais são os principais segmentos automóveis
Em Portugal, a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) que representa, a nível nacional, a globalidade do setor automóvel, seguiu o formato europeu e formalizou a segmentação automóvel em seis grandes grupos principais. O critério principal foi o comprimento dos veículos.
Assim, temos o setor organizado em seis segmentos automóveis principais: A, B, C, D, E, F. Que podemos traduzir respetivamente por: carros citadinos, utilitários, familiares compactos, familiares médios/ executivos médios, familiares grandes/ executivos grandes e luxo.
Segmento A – Carros citadinos e económicos
Este segmento automóvel é a primeira categoria de carros ligeiros definida pela Comissão Europeia, que diz respeito aos carros citadinos mais pequenos.
Deste segmento fazem parte todos os automóveis que tenham até 3,5 metros de comprimento e que se destinem, principalmente, à utilização urbana.
Alguns exemplos de veículos que pertencem ao segmento A são o Volkswagen Polo, o Opel Corsa e o SEAT Ibiza.
Ler mais: “Carros citadinos: a solução ideal para centros urbanos.”
Segmento B – Carros utilitários
Na teoria, fazem do segmento B – a categoria de carros utilitários – todos os automóveis cujo comprimento varia entre os 3,6 e os 3,9 metros.
Não obstante, tal como acontece na categoria A, já poucos veículos classificados como utilitários cumprem o requisito do comprimento.
O segmento B, de acordo com os dados da ACAP, é um dos segmentos automóveis que mais vendas teve em Portugal, no passado ano de 2021. Podemos especular sobre a grande aceitação dos carros utilitários no mercado nacional devido, por um lado, aos preços acessíveis deste segmento e, por outro, às cotas de habitabilidade cada vez mais generosas – uma junção que faz com que um carro utilitário seja, muitas veze, o único carro de uma família.
Alguns modelos que fazem parte do segmento B são, por exemplo, o Ford Fiesta, o Mazda 2 ou o Peugeot 208<.
Segmento C — Familiares compactos
O segmento C diz respeito aos carros familiares compactos que, segundo os critérios em vigor, são os veículos com dimensões compreendidas entre os 4 e os 4,3 metros de comprimento.
Alguns modelos que fazem parte deste segmento automóvel são, por exemplo, o Volkswagen Golf, o Ford Focus, o ŠKODA Octavia ou o Mercedes-Benz Classe A.
Segmento D — Familiares médios/ Executivos médios
No segmento D podemos encontrar os ditos carros familiares médios e também os carros executivos compactos.
O preço e as especificações dos automóveis do segmento D podem ir desde modelos com funcionalidades mais básicas e de baixo custo, até modelos mais caros e luxuosos.
O BMW Série 3, Volkswagen Passat, Tesla Modelo 3, Mercedes-Benz Classe C e o Audi A4 são exemplos que fazem parte deste segmento automóvel.
Ler mais: “A família cresceu? Considere comprar um carro familiar.”
Segmento E — Familiares grandes/ Executivos grandes
Entre os diferentes tipos de segmentos automóveis, é neste que encontramos os carros mais compridos. Segundo a tabela da ACAP, do segmento E fazem parte todos os veículos cujo comprimento seja superior a 4,7 metros.
Falamos, por exemplo, do Audi A6, do BMW Série 5 ou do Mercedes-Benz Classe E.
Segmento F – Luxo
O segmento F é a sexta categoria e o maior segmento europeu de automóveis de passageiros. Contudo, este segmento automóvel é um verdadeiro nicho de mercado, estando a sua gama limitada a apenas alguns modelos.
O critério, neste segmento automóvel, não é tanto as dimensões dos veículos em questão, mas antes o luxo e a exclusividade do modelo.
No segmento F podemos encontrar o Mercedes-Benz Classe S, Maserati Quattroporte, Lexus LS ou o Audi A8.
Ler mais: “Os 8 carros novos em 2023 que não vai querer perder.”
Subcategorias emergentes
Dentro de cada segmento automóvel existem também sub-segmentos, cujo objetivo é categorizar de forma ainda mais detalhada os diferentes tipos de automóveis.
É de salientar a importância de alguns sub-segmentos, entre os quais podemos destacar: os Roadster, os Cabrio, Coupés, Monovolume, Spacetourer e SUV (que, de acordo com dados oficiais da SUV, tem registado um crescimento no mercado português digno de menção).