As 5 tendências do setor automóvel para 2023

Conheça as 5 tendências do setor automóvel para 2023

1. Desaceleração na venda de novos automóveis

Na Europa, prevê-se que a venda de automóveis não seja tão expressiva como foi em 2022 (muito graças ao cenário de inflação que estamos a viver e alguma retração natural do mercado). É expectável que decresça cerca de 3% em 2023. Quem o diz é o mais euro 7, que ressalva que esta previsão pode ser afetada por fatores tais como a guerra na Europa, a recessão económica global ou a crise energética.

2. Os incentivos à aquisição de veículos elétricos vão sofrer reestruturações

Se, em Portugal, já assistimos — aquando da aprovação do Orçamento de Estado para 2023 — a uma alteração significativa do quadro de incentivos à aquisição de veículos eletrificados, o mesmo acontece em outros países da Europa. Esta é, sem dúvida, uma das tendências do setor automóvel para 2023 que mais vai afetar os potenciais compradores de carros elétricos.

No caso português, destacam-se as principais mudanças ao quadro de incentivos que constam no Orçamento de Estado para 2023:

• a perda de terreno por parte dos veículos híbridos e híbridos Plug-in;
• novos apoios para bicicletas convencionais e com assistência elétrica, bicicletas de carga e motas elétricas;
• o início da tributação autónoma por parte das empresas para veículos 100% elétricos (a uma taxa de 10%);
• a diminuição da tributação das empresas com frotas de veículos ligeiros de passageiros híbridos ou híbridos plug-in, ou movidos a gás natural veicular (GNV).

Ler mais: “Incentivos carros elétricos: conheça o que vigora em 2023”

3. Investimento na troca de baterias elétricas e na rede de carregamento

Com o crescimento da aquisição de veículos eletrificados e com todos os incentivos que pretendem motivar a transição energética, em 2023 vai também haver um maior esforço por parte da indústria automóvel para facilitar a substituição das baterias elétricas, assim como para fortalecer e expandir a rede de postos de carregamento.

Apesar desta convicção, o maior desafio será estabelecer padrões de bateria uniformes que permitam e/ou facilitem o carregamento apropriado em qualquer posto. Também ainda há muito caminho a percorrer no que diz respeito à reciclagem de baterias em fim de vida. Porém, esta é uma situação que está sinalizada e que consta na agenda de 2023.

Ler mais: “Como e onde carregar carros elétricos?”

4. A produção automóvel vai continuar a estar condicionada

Se, em 2022, já tínhamos vindo a assistir a falhas na produção global de novos automóveis, em 2023 o setor vai continuar a enfrentar desafios na cadeia de abastecimento de matérias primas.

Questões relacionadas com a política internacional (falamos, por exemplo, da escalada de tensões entre a China e Taiwan) e a dificuldade que os produtores têm em adquirir metais para a montagem de baterias elétricas (como o níquel, cobalto, aço ou o alumínio) vão continuar a condicionar a produção de novos automóveis em 2023. O mesmo acontece com o fornecimento de lítio – um elemento fundamental para as baterias elétricas – que, neste momento, é fornecido maioritariamente pela China e está condicionado por regras e políticas deste país.

Para contornar este problema, os governos vão continuar a estudar diferentes opções de fornecimento sendo que, na Europa, a questão relacionada com o fornecimento de energia é uma forte condicionante. Isto pode influenciar, naturalmente, o preço final de aquisição de veículos eletrificados.

5. O nível de 3 de condução autónoma chega às estradas

O início da comercialização de veículos de condução autónoma de nível 3 é outra das principais tendências do setor automóvel para 2023, e já está a aguçar a curiosidade dos entusiastas do setor!

Sendo o nível 5 uma realidade de total autonomia do veículo, o nível 3 já representa um avanço importante. Assim, este ano a indústria automóvel vai entrar para a história com os primeiros carros de nível 3 a circularem finalmente nas estradas, e com os veículos de nível 4 a serem sujeitos aos primeiros testes.

A Mercedes-Benz, por exemplo, vai passar a disponibilizar nos seus veículos o seu primeiro sistema de condução autónoma de nível 3- o Drive Pilot – e a BMW não fica atrás com tecnologia que podemos esperar ver nos seus sedãs Série 7. A Tesla, General Motors, Lucid, Hyundai, Kia e Polestar também são marcas das quais podemos esperar novidades no que toca à tecnologia de condução autónoma no decorrer deste ano.

Quanto aos automóveis de condução autónoma de nível 4, sabe-se que a Alemanha planeia começar, em 2023, um projeto piloto usando veículos dos fabricantes Mobileye e Nio, e que os robotaxis nos Estados Unidos da América e nos Emirados Árabes Unidos vão continuar a crescer.