A autonomia dos carros elétricos continua a ser um dos principais aspetos a ter em conta quando se pondera comprar um elétrico. Ainda que a tecnologia automóvel tenha evoluído muito nos últimos anos, este aspeto continua a estar no centro das preocupações de muitos compradores.
A rede de postos de carregamento de carros elétricos ainda não está totalmente massificada (se a compararmos com a rede de abastecimento para carros a combustão). Para além disso, o tempo de carregamento também ainda é longo quando não se recorre a postos de carregamento rápido.
Não admira, por isso, que encontrar os carros elétricos com maior autonomia seja um desafio e uma prioridade para muitos condutores.
Mas será que a autonomia dos carros elétricos é assim tão importante?
O que é a autonomia dos carros elétricos?
A autonomia dos carros elétricos diz respeito ao número total de quilómetros que é possível conduzir com um carregamento completo da bateria. Este conceito não se aplica aos automóveis de combustão. Porém, se quisermos, podemos comparar a autonomia elétrica com o número de quilómetros que é possível percorrer com um tanque cheio num carro a diesel ou a gasolina.
E se num carro a combustão importa olhar para a capacidade do depósito (em litros), num carro elétrico a autonomia é definida pelo número e potência das baterias.
A autonomia é, por isso, uma variável incontornável a ter em conta quando o tema é mobilidade elétrica.
É sempre possível saber qual é a autonomia de um carro elétrico. Se o automóvel em questão for novo, a marca indica-lhe qual é a autonomia WLTP (autonomia estimada). No caso dos usados, é mais fácil porque já existe histórico em condições reais de utilização.
Qual é a diferença entre a autonomia estimada e a autonomia real?
A autonomia estimada dos carros elétricos é comunicada pelas marcas fabricantes, de acordo com as normas WLTP (World Wide Harmonized Light-Duty Vehicles Test Procedure). Estas normas foram implementadas em setembro de 2017, pela Comissão Europeia, e substituíram o antigo protocolo de certificação NEDC (Novo Ciclo Europeu de Condução).
O Procedimento Mundial Harmonizado de Teste para Veículos Ligeiros (em português) permite, assim, estabelecer condições de teste uniformes e mais realistas para calcular o consumo de energia e a autonomia dos veículos elétricos com maior precisão.
A autonomia estimada é, portanto, a autonomia WLTP.
Já a autonomia real é a quantidade de quilómetros que um veículo elétrico consegue percorrer com uma carga num ambiente real. Em muitos casos, a autonomia estimada pode não corresponder à autonomia real. Isto porque:
- O mesmo modelo de automóvel pode ter diferentes versões nos conjuntos de baterias (as marcas costumam comunicar os valores das versões com melhor desempenho);
- A autonomia estimada pode corresponder ao ciclo WLTP ou ao ciclo WLTP cidade. O primeiro diz respeito a testes feitos em percursos urbanos e estradas abertas, enquanto que o segundo contempla apenas testes feitos em zonas urbanas. Como em circuitos urbanos é mais fácil recuperar energia através da travagem regenerativa, a autonomia tende a ser superior;
- A energia produzida também se destina a alimentar os sistemas de bordo ou a climatizar o habitáculo;
- O estilo de condução e as variáveis externas variam (por exemplo, a temperatura exterior) e podem influenciar a autonomia do veículo elétrico em questão.
Ler mais: “Incentivos carros elétricos: conheça o que vigora em 2023”
Comprar carro elétrico: de quanta autonomia precisa?
A tecnologia elétrica está bastante avançada e alguns dos carros elétricos mais recentes já prometem uma autonomia que chega aos 300 quilómetros!
Se está a ponderar comprar um elétrico, é importante refletir no seguinte: de quanta autonomia vai realisticamente precisar? Deixamos-lhe alguns pontos de reflexão:
1. Consegue carregar um veículo elétrico em sua casa?
Ter uma solução de carregamento doméstica pode fazer toda a diferença. Se vive numa casa, é mais fácil tratar da instalação de uma Wallbox. Já num prédio, pode ser mais complexo. Existem várias soluções possíveis, mas tudo depende do parque de estacionamento do edifício e da própria abertura do condomínio.
Se não tiver possibilidade de carregar o seu elétrico em casa, estude bem o impacto que isso vai ter na sua rotina.
2. Quantos quilómetros faz todos os dias?
Atente no seu trajeto diário e tente fazer uma estimativa de quantos quilómetros percorre todos os dias. Se apenas se desloca de casa para o trabalho e dá as típicas voltas de conveniência no final do dia, provavelmente não vai precisar assim de tanta autonomia.
3. Conduz em circuitos urbanos ou em autoestradas?
Também é importante ter em conta os percursos que faz. Em cidades e em trajetos de para- arranca, os carros elétricos tendem a ter maior autonomia graças à travagem regenerativa, que permite que a bateria recupere a energia proveniente das travagens. Uma vez que nas autoestradas não há tanta necessidade de travar, a autonomia tende a ser menor.
4. Existem postos de carregamento ao longo do trajeto?
Conheça os postos de abastecimento que existem perto da sua casa ou ao longo do trajeto que costuma fazer. Sobre este tema sugerimos a leitura do artigo “Postos carregamento carros elétricos: saiba como os encontrar”.
5. Qual é o seu orçamento para comprar um elétrico?
Por fim, como em qualquer compra, é importante traçar um plano financeiro e definir quanto pode investir na compra de um automóvel elétrico. Naturalmente que, com um orçamento mais generoso, pode optar por modelos de tecnologia superior com maior autonomia.
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